
Nascido em Calw, a 2 de julho de 1877 e falecido em Montagnola, a 9 de agosto de 1962, Hermann Hesse foi um grande escritor alemão, naturalizado suíço em 1923. Vindo de uma família tradicional, ao recusar-se a seguir a religiosidade da mesma, rompe os laços e emigra para a Suíça em 1912, trabalhando como livreiro e operário. Tais ofícios o ajudaram a desenvolver-se, ainda mais, culturalmente, estimulando na dedicação à literatura.
Suas obras foram desenvolvidas sob forte influência da psicanálise (influência em específico através da convivência com certo discípulo de Carl Gustav Jung) e da espiritualidade oriental (à partir de sua viagem em 1911 à Índia).
O Lobo da Estepe surge como uma crítica ao militarismo vigente na Alemanha pós-guerra. Publicado em 1927, é considerado uma das melhores obras de Hesse e um dos mais representativos romances do século XX. O livro conta a história de Harry Haller, um solitário misantropo que vive seu isolamento de uma maneira absolutamente ímpar. Inversamente isolado dos homens e acompanhado da arte literária produzida pelos mesmos. Uma crítica às formas e valores impostos e cultuados como únicos e inquestionáveis em perfeição, na medida em que seu protagonista se revela em sua inadequação e na fantástica capacidade melancólica de demonstrá-la em palavras.
Essa maravilhosa busca ou fantástico mergulho dentro de si mesmo e das sensações e percepções manifestadas magnificamente, têm o poder de nos conduzir ao mundo solitário e único do lobo Haller, têm a capacidade de nos levar a esse "Teatro Mágico", que precisa ser desfrutado em sua minuciosidade, que é a vida.
O talento da escrita de Hesse, demonstrado nas falas de Haller, tem o poder de nos dar ingresso nessa magia, onde a entrada só é permitida para os raros, (...) ou para os loucos, que não temem compartilhar o sentir, por mais doloroso e enlouquecedor que seja seu manifestar pleno.
Uma obra sobre lobos e a magia que deles emana...

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